"Pokémon, pokémon, pokémon, foda-se, o que é que vai ser a seguir, hã?!
Em qualquer lugar por onde circule vejo uns marados e umas maradas agarrados aos telemóveis, com uns olhares muito ganzados, fixos nos displays; até parece que estou a viver um pesadelo, só possível na Twilight Zone!
Chego a casa e vejo os fedelhos vidrados naquilo; vou à leitaria do Ezequiel e já ninguém discute o resultado do último Benfica-Sporting; preferem o cabrão do pokémon.
A minha mulher desistiu de embirrar comigo, por causa do pokémon – para ser sincero, devo confessar que até é um mal que vem por bem – , alguns amigos do Facebook fazem-me convites para irmos caçar pokémons. Mas o que é que vem a ser isto, caralho? Marei de vez?!
Vou com o cão à rua e é o pokémon. Não é a primeira vez que alguns agarrados confundem o bicho com o pokémon e, para obviar chatices, saio de casa armado com a minha faca eléctrica Moulinex a pilhas (passe a publicidade), para espantar os filhos da puta.
Expliquem-me apenas, se ainda houver alguém com juízo, o que é se passa com o pokémon. Mas que merda vem a ser esta? Vão, mas é, caçar gambozinos, vão-se lá foder!"
Texto enviado para o meu correio electrónico, pelo meu vizinho Alcides Barata, pessoa de educação e ética inexcedíveis e uma fervorosa Testemunha de Jeová.