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ZONA ECONÓMICA EXCLUSIVA

por João Castro e Brito, em 06.05.24

Fontes próximas do governo provisório da AD, garantem a pés juntos que o novo ministro da Agricultura e Pescas dará, a breve trecho (se tiver tempo), uma conferência de imprensa subordinada ao tema: "Vigilância nas 200 Milhas Marítimas da Costa Portuguesa."
Nesta hipotética conferência – ainda segundo as mesmas fontes (pouco seguras) – pensa-se que o dito ministro virá na disposição de recusar responder às perguntas dos jornalistas, dado que, como não sabe nadar, não se sente como peixe na água, podendo assim sentir-se inibido para dar respostas cabais.
Especula-se, no entanto, que em consequência da actual escassez de meios de vigilância na nossa zona económica exclusiva, por insuficiência de corvetas, tal acção preventiva poderá vir a ser executada interinamente por corvinas pescadas e previamente adestradas, unicamente dentro das águas territoriais nacionais. Solução havida de último recurso, devida à pouca abundância de carapaus de corrida nas águas costeiras.
A propósito desta questão tão essencial como fundamental (passe a redundância, mas é só para encher isto), aqui há tempos foi feito um inquérito à comunidade piscatória da Charneca do Lumiar (também eu não acreditava, é verdade!), tendo-se apurado que apenas 10 por cento das pessoas inquiridas sabia o significado de ZEE (Zona Económica Exclusiva); 22 por cento pensou que era uma referência à CEE, mostrando-se até surpreendida com a "ousadia" da inquirição, por a considerar despropositada e fruto de uma inconcebível ignorância; 44 por cento, ao ouvir pronunciar a sigla ZEE, disse duvidar que se consiga vigiar seja o que for, e foi mais longe ao acreditar que o peixe vai todo por água abaixo; e que não vale a pena pregar aos peixes; e que vão lá vender o peixe pra outra praça; e que o que eles querem é fazer render o peixe, et cetera; 24 por cento não respondeu com receio da (ex) PIDE/DGS (Polícia de Intervenção e Defesa do Estado/Direcção Geral de Segurança).
Finalmente, dos 10 por cento de pessoas informadas, 9 por cento chamou à ZEE, Zona Exclusiva de Estrangeiros.
Se ainda sobrar tempo ao ministro, pode ser que se debruce sobre o plano estratégico da PAC (Política Agrícola Comum)...

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A TODOS OS HABITANTES DOS MARES DE PORTUGAL

por João Castro e Brito, em 06.12.21

a todos os habitantes dos mares de portugal.jpg

Esta é a grande novidade há muito tempo almejada pela população submarina e sucessivamente adiada por motivos que não vêm ao caso, mas, em todo o caso, deve-se salientar que foram objecto de negociações aturadas com alguns parceiros sociais, às quais não faltou a indispensável peixeirada e a inevitável salgalhada.
Apesar do momento não ser o mais adequado, entendeu o senhor Ministro dos Mares e das Marés, Doutor Marinho do Ó Carapau, avançar com o projecto. E julgamos que o fez por estar de maré, mesmo estando a "remar contra a maré", segundo a oposição. Os escamados do costume, enfim...
Sempre atento aos anseios da comunidade marinha, ou ele não fosse marinho e não obstante a maré estar baixa, dado que o mar atravessa uma maré de azar, decidiu, finalmente, fazer aprovar por unanimidade, com algumas trocas de solhas e muita caldeirada à mistura, uma medida de apoio extraordinária que vai de encontro às expectativas da generalidade dos seres subaquáticos: mandar construir o Lula Parque, aproveitando a reserva extraordinária do Fundo Marinho de Investimento (FMI).
A consecução desta obra vem preencher uma enorme lacuna (não confundir com laguna) no panorama lúdico-subaquático nacional.
Em verdade verdadíssima, dentro em breve, vai ficar tudo em polvorosa (deve pronunciar-se polvo rosa).
Será obra feita para que nos possamos divertir à brava no Lula Parque. Longe vão os tempos em que se faziam obras de fancaria e, ademais, de Santa Ingrácia!
Podemos andar às voltas, sem cessar, nos carrissóis de camarão, conduzir carrinhos de chocos, visitar o Submarino Nautilus do Capitão Nemo e deixarmo-nos tactear nas escamas, barbatanas e conquilhas, por ventosas de górgonas tailandesas, com a garantia, devidamente certificada, de finais felizes. Contudo, não há bela sem senão: Segundo a mitologia grega, as górgonas tailandesas são muito feias e más como as cobras. Logo, não devemos encará-las sob risco de ficarmos petrificados ou, na pior das hipóteses, sermos transformados em caras de bacalhau.
Ficaremos sem pinta de sangue nas guelras quando deslizarmos vertiginosamente na montanha russa do Canhão da Nazaré.
Pescadinhas ciganas de rabo na boca ler-nos-ão a sina na palma das barbatanas! Vai ser um fartote de prazer no Lula Parque! Garanto-vos pelas alminhas das belas nereidas a quem Camões, num momento de insuflação criadora, chamou Tágides.

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A ZONA EXCLUSIVA DA COSTA DA CAPARICA

por João Castro e Brito, em 11.10.21

almirante.jpg

O Ministro Almirante do Mar da Caparica e da Pesca à Linha (MAMCPL) convocou um grupo de jornalistas para uma conferência de imprensa, à beira-mar (só podia, n'é?), subordinada (dedicada também não ficava mal, mas subordinada soa melhor) ao tema da falta de vigilância nas duzentas milhas da Costa da Caparica.

Nesta conferência, o ministro recusou-se a responder a quaisquer perguntas fora deste contexto particularmente delicado para a defesa da Zona Exclusiva da Caparica (ZECA).
Justificou a recusa, alegando que o momento não era o mais adequado para falar sobre matérias à margem do tema sobre o qual se propusera conferenciar, dado que é um problema que lhe "dá água pela barba", para não dizer que "já tem barbas" e, pelo sim pelo não, mais vale "pôr as barbas de molho, não vá o diabo tecê-las (as barbas, claro)".
Ora, toda a gente ficou a saber que a observação do tutelar das referidas pastas, na altura em que se dirigiu aos jornalistas presentes, não tinha qualquer fundamento porque, surpreendentemente, a sua barba apresentava-se imaculadamente escanhoada.
Cofiando o bigodaço (esse é que não o dispensa nem por nada!), aquele governante adiantou que, "na ausência de corvetas, a vigilância será exercida por corvinas, dada a escassez do robalo".
A propósito desta problemática, foi feito um pequeno inquérito junto da opinião pública capariquense e apurou-se que apenas dez por cento da sua população sabe o que é a ZECA; vinte e dois por cento das pessoas inquiridas, como sofrem de cataratas, pensaram tratar-se da Secretaria de Estado da Pesca da Sardinha (SEPS). Ademais, mostraram-se particularmente indignados com o preço, cada vez mais proibitivo, deste pequeno clupeídeo e, inclusive, ameaçaram passar a comer sardas e cavalas; quarenta e nove vírgula nove por cento, ao ouvirem pronunciar ZECA, tiveram um ataque violento de riso e disseram duvidar que a Caparica consiga vigiar seja o que for, acreditando piamente que o peixe, qualquer dia, vai todo por água abaixo; os restantes recusaram responder, fundamentando a recusa com a vontade de quererem passar despercebidos por entre a multidão.
Finalmente, dos tais dez por cento de inquiridos iniciais que se mostraram esclarecidos, nove virgula nove por cento declararam que a ZECA era a Zona Exclusiva dos Carapaus e, por conseguinte, zona interdita à navegação sob risco de ser interceptada por jaquinzinhos armados em carapaus de corrida.

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