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Criei este blogue com a ideia de o rechear com estórias rutilantes, ainda que às vezes embaciadas. Penso que são escritas sagazes e transparentes, embora com reservas e alguma indecência à mistura. No entanto, honestas.
«Avozinho!»
«Diga lá, menino!»
«O avozinho tem de dar bolinhas de naftalina ao Rex!»
«Bolinhas de naftalina?! Coitadinho do cão! Ganhe juízo, menino!»
«Ó avozinho, mas o Rex está cheiinho de fome e não há ossinhos cá em casa, avozinho!»
«Valha-lhe Deus, menino! Então, não sabe que a naftalina é venenosa e o Rex pode morrer?»
«Ó avozinho, mas o avozinho costuma pôr bolinhas de naftalina em todas as gavetas cá de casa, avozinho!»
«Ó menino, mas isso é para as traças, alminha de Deus!»
«Pois é, avozinho; e olhe que o Rex anda cá c'uma daquelas traças que não sei se lhe diga!»
«Avozinho!»
«Que é agora, menino?»
«O que é "estar na cauda", avozinho?»
«Estar na cauda é estar atrás, no fim ou na retaguarda, menino!»
«Ó avozinho... e "estar na cara", avozinho?»
«Estar na cara é o mesmo que constatar, indubitavelmente, um facto, menino!»
«Ó avozinho, então, uma frase como: "Está na cara que Portugal está na cauda da Europa", faz todo o sentido, n'é, avozinho?»
«Ó menino, com tiradas dessas a gente nunca vai entrar no clube dos países ricos!»
«Ó avozinho, nem mesmo como "membros posteriores", avozinho?»
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