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A PRIMA FELISMINA II

por João Castro e Brito, em 10.12.20

dom sebastião.jpg

Minha querida prima Honorina, espero que estejas bem de saúde, na companhia dos teus, q'a gente, tirando o estupor do frio, cá vai andando menos mal, graças a Deus.
Olha, aqui, bate-se o dente porque o aquecimento central está sempre avariado, filha! Nem debaixo das mantas consigo aquecer! Ademais, o Horácio vem sempre prá cama c'os pés frios q'até parece que está morto, o raio do homem, credo!
Faz tempo que não te escrevo e, às vezes, até fico toda ralada com vocês, mas que é que tu queres? Sabes que sempre fui muito distraída. Depois, parece que não tenho tempo pra nada!
Dá-te por muito feliz por me lembrar de ti só nestas alturas porque há gente que nem na Páscoa, sabes lá! Aliás, este ano, tampouco no Natal; é uma tristeza o que este maldito vírus está a fazer à gente, filha!
Também te escrevo para te dar uma novidade que, certamente, te vai alegrar. Pois, então, aqui vai: Já não sou republicana, prima, não é uma boa novidade? Isto foi uma coisa que foi enchendo, enchendo e pronto, tinha de sair por algum lado, senão eu rebentava!
Gostava imenso que a monarquia voltasse outra vez e sabes, ainda tenho a esperança de ver o nosso rei, Dom Sebastião, regressar de Alcácer Quibir numa manhã de nevoeiro; é cá uma fezada que tenho; tu nem calculas, prima!
Acho que devia haver um referendo a perguntar às pessoas se querem um rei ou se querem continuar com aquele selfista compulsivo, sempre a fazer caretas e aos beijinhos. Agora, só se safa com beijinhos de coco e viva o velho!
Além de que este país com um rei era outro asseio e uma coisa vitalícia! Ai, e o nosso querido Dom Sebastião era um santinho, prima, não achas? Coitadinho, sabe Deus quanto sofrimento padeceu às mãos daquele turco maluco, o Mulei Moluco!
Olha, diz-me cá outra coisa: tu não achas que o Dom Duarte Pio devia concorrer à Presidência da República? Se o André Ventura e o Tino de Rans são candidatos, não encontro razão para que o Duque de Bragança não possa fazer o mesmo! Se ganhasse, pronto, já estava! Ficávamos todos marqueses e marquesas e acabava-se a poluição que é uma coisa que só há nas repúblicas. Se calhar passávamos a andar a cavalo e íamos para as santas cruzadas matar infiéis. Ai, era tão bonito! Agora que eles andam muito saídos da casca, a degolar por dá cá aquela palha, até os comia vivos, prima, que raiva!
Bem, mas, na melhor das hipóteses, isto só pode mudar depois da guerra porque a situação está muito má, até mesmo para as guerras.
Então, tu não soubeste que o Trump andou a espalhar aos sete ventos que podia haver uma guerra atómica lá para os lados do Irão?! Por via disso até já declarou, unilateralmente, Jerusalém como a capital de Israel, já viste? Ainda bem que é longe! O que nos vale é que os sefarditas são pessoas mais evoluídas do q'a gente, n'é? Podem ser um bocadinho safaditos, não nego, mas têm muita prática de guerras e isso tudo, o q'até dá muito jeito!
Acho que uma guerra não é pra todos; é preciso ter uma boa estrutura mental para aguentar o stresse de uma guerra, mais a mais atómica. No entanto, gostava muito que houvesse cá uma, já que o Benfica foi eliminado da "Champions League". Sempre eram mais uns euros que entravam nos cofres do "glorioso" e ajudavam a economia que bem precisada está, com o raio dos confinamentos, coitadinha! Fazia-se, desta forma, uma grande campanha nacional, tipo "Faça a guerra em Portugal, primavera todo o ano" ou "Make war in Portugal, spring time all year" (para inglês ver) ou ainda "Lance a sua bomba atómica na Costa da Caparica, de costas voltadas para o Barbas – passe a publicidade – e de peito aberto para as ondas revoltosas do mar encrespado". Que tal?
Acho que uma guerra atómica ia trazer turistas a Portugal que bem precisado está, prima! Até porque matava tudo; inclusive este maldito vírus e vacina pra que te quero?!. Depois, ficava a balança de pagamentos mais que paga. Assim, sempre a dever, até parece a Ponte 25 de Abril: a gente pinga para lá há mais de cinquenta anos, mas nunca mais paga o raio da ponte! É que, pelo menos, acabava-se com o tormento das moscas. Cá em casa são aos milhares, cruzes, canhoto!
Estive fartinha de pedir ao Horácio para comprar "Dum Dum" (passe a publicidade), mas ele respondia logo que eram menos dois copos de vinho que bebia na taberna do Isaías e sabes..., ele até tem razão, coitadinho, também não tem outras entretengas!
Vê lá tu que outro dia... as conversas são como as cerejas; umas arrastam as outras e vai tudo a eito ou a torto e a direito... dizia eu que o meu Horácio estava a falar com o patrão lá no trabalho...ah, não te disse: o Horácio tem um emprego novo, daqueles sem contrato a prazo. Se não trouxer nada para casa, para além do que o patrão lhe paga, pode ser que fique a trabalhar mais uma semanita; estou muito esperançada em que ele não caia em tentações, prima, vamos ver... ele é tão inseguro!
Mas, como te dizia, um dia destes estava a falar com o patrão e não é que se assoou à gravata?!
Mas, olha, do mal o menos; cada um assoa-se ao que é seu e ninguém tem nada a ver com isso, n'é verdade? O chato é que ele assoou-se à gravata do patrão porque, coitado, tinha-se esquecido do lenço e era uma tremenda falta de educação assoar-se para o chão; cá em casa é uma porcaria, filha! Por muito que me esfalfe a esfregar o chão, não consigo tirar as nódoas; tu nem calculas! Agora imagina o molho de brócolos em que se ia metendo o meu Horácio. O que lhe valeu foi que, como te disse, ele não tem contrato a prazo senão já tinha sido posto no olho da rua. É o que faz a gente ser distraída!
Ainda a propósito do "Dum Dum": insisti tanto com ele que, contrafeito, lá acabou por ir comprar o estupor do mata-moscas, mas como é um cabeça de alho chocho, trouxe um martelo! Eu também não reparei e olha, pôs-se a matar as moscas à martelada e escavacou a mobília toda. Achas que o meu homem está bem do tino? O pior foi a avó Felisbela que estava a passar pelas brasas na poltrona.
A pobre tinha uma mosca pousada na testa e ele não foi de intrigas; distraidíssimo como é, deu-lhe uma martelada que a pôs a falar estrangeiro. Ao menos, se o raio do insecto tivesse pousado no nariz, faria menos estragos! Mas, olha, o bicho teve morte instantânea e sem sofrimento, graças a Deus!
A avó Felisbela, coitadinha, é que não se cala; até parece que está ligada à corrente! Tivemos, inclusive, de chamar o endireita, mas o melhor que conseguiu foi pô-la a falar eslavo. Sempre é melhor que estrangeiro, não achas? Também ficou com um hematoma, mas penso que pode ser do reumático. Sim porque de reumático sofre o nosso país! Nunca mais entramos para a Europa, credo! Não é que eu deseje mal aos outros, mas quem deve entrar primeiro são os europeus e depois, por ordem de chegada, a gente, os vândalos, os suevos, os cartagineses, os otomanos, os australopitecos e os gregos.
Ai, os gregos, coitadinhos, eles que são o berço da Europa, têm-se visto gregos com o seu crescimento! Esta Europa é tão velha e, no entanto, tão imatura, valha-lhe Deus!
E pronto, priminha, por hoje é tudo. Desejo-vos um santo Natal e tu recebe muitos beijinhos desta tua prima que te estima e s'assina,
Felismina
P.S.: Um dia, o Santo Padre vai canonizar o nosso querido Rei Dom Sebastião. Tu vais ver!

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A PRIMA FELISMINA

por João Castro e Brito, em 07.03.19

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Minha querida prima Honorina, espero que estejas bem de saúde, na companhia dos teus que a gente cá vai indo conforme a graça de Deus.
Hoje, escrevo-te muito à pressa porque tenho a minha cozinha num autêntico rebuliço! Se visses, até te assustavas, filha!
Contudo, estou tão entusiasmada e, ao mesmo tempo, tão comovida que tinha de partilhar esta novidade contigo:
Trata-se dos estudos do meu Pedrinho. É que não caibo em mim de contente com as notas dele. Então, não é que o raio do cachopo teve "um" na média geral?! Parece que é a melhor nota que dão agora. No nosso tempo não era nada assim, lembras-te? Modernices, é o que é!
Também não admira que o meu Pedrinho tenha tido uma média tão elevada porque a escola onde anda obteve, este ano, a melhor classificação de sempre no "ranking" das melhores escolas oficiais do país. Em Junho já dispunha da quase totalidade dos professores e, por sinal, pessoas muito competentes, diga-se de passagem!
O meu Pedrinho contou-me que até tem um professor de inglês, um engenheiro formado em Ciências Ocultas na Sorbonne, vê lá tu! Como é que eu não hei-de estar tão satisfeita, prima, diz-me lá!
Nos números, desembaraça-se muito bem! De tal maneira que, agora, vai a uma coisa chamada "Paraolimpíadas da Matemática". Parece que é só para crianças que sofrem de discalculia, seja lá o que isso for, prima, que eu de discalculia só percebo de cálculos, infelizmente!
Ai, o meu Horácio, coitadinho, padece tanto disso que nem tu calculas! Ainda um dia destes urinou uma pedra que mais parecia uma bola de golfe, filha! O meu homem, c'os olhos fora das órbitas, até parecia um doido quando m'a mostrou, credo! Estive para fugir! O senhor doutor bem o aconselha a beber montes de água, mas ele, feito nhurro, prefere bagaço e eu não posso fazer nada, n'é?!
Mas continuando:
Mesmo assim, o meu Pedrinho conseguiu "dois", superando a média. Pra mim, o miúdo é um sobredotado!
De maneira que isto enche-nos também de muito orgulho, como deves calcular. Olha, cada um é para o que nasce, prontos!
Em português é que o meu menino tem tido mais dificuldades. O professor diz que lhe falta leitura e conversação. Também, a bem dizer, se não fossem as telenovelas, não se aprendia nada, filha!
Olha, não vamos mais longe! Com as telenovelas da SIC e da TVI, sempre vai aprendendo mais alguma coisinha, mas, por outro lado, é uma má influência, prima, sabes lá! Então, agora, anda levado da breca! Vê lá tu que, feito malvado, partiu a loiça toda e até pendurou o gato no estendal pelo pescoço! Apanhou-nos distraídos, foi o que foi! Achámos que o pobrezinho deve ter estrebuchado um bocadinho antes de morrer, mas o que é que podíamos fazer se o mal já estava feito, n'é?
Olha, pronto, tivemos muita pena do bicho e lá fizemos uma campazinha muito singela, no quintal para o meu Pedrinho se lembrar que não se fazem maldades destas aos animaizinhos indefesos.
Às vezes, ganho cismas e acho que o rapaz tem o diabo no corpo, prima! Até já pensei em levá-lo ao senhor prior para lhe fazer um esconjuro, sei lá! A dona Ermelinda do 2º direito, também dá umas consultas para enxotar o carocho, mas acho que ela é que é uma grande carocha. Estas coisas passam-me muito pela caxamola, sabes?
Ao contrário das minhas ralações com a educação do menino, o meu Horácio desvaloriza e incha de vaidade. Já tem desabafado que ele é o retrato vivo do avô! Se calhar deve ter herdado alguma coisinha do meu Horácio, vá-se lá saber. Isto sem ter a certezinha absoluta de que o meu Pedrinho seja nosso neto, pois fazem-se tantas trocas nas maternidades! Mas, lá que tem parecenças, no feitio, com o meu Horácio, não o posso negar; raio do moço!
Repara que o meu Pedrinho tem tanta imaginação ou tão pouca que andou a treinar cirurgia plástica nas galinhas da Dona Conceição! Como as pobrezinhas andam sempre à solta no pátio, ele não foi de intrigas e fez-lhes umas operações a custo zero. É claro que, como o menino tem pouca prática destas operações, andámos a comer canja durante um mês, ao almoço e ao jantar. Olha, do mal o menos porque sempre ouvi dizer que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, desde que não tenhamos o caldo entornado, não é, prima?
Mas digo-te que o moço tomou-lhe o gosto e já dá consultas de borla à vizinhança, só pelo prazer que tem em cortar! Agora, toda a gente aqui da rua quer ficar sem carquilhas, vê tu bem! A dona Natércia do rés-do-chão, aquela senhora com barbas, sabes, até ficou um bocadinho mais composta depois de uma operação facial. Também não deve nada à beleza, benza-a Deus Nosso Senhor! Porém, o meu Pedrinho, desta vez, descuidou-se um bocadinho com o bisturi e deixou-lhe uma orelha mais acima e a outra mais abaixo. Nestas coisas, prima, ninguém é perfeito. Mais a mais sendo curioso.
Aqui há dias, a avó Felisbela teve mais uma daquelas crises chatas de logomania e o meu Pedrinho não esteve com meias medidas: besuntou-lhe a boca com "Super Cola 3" (passe a publicidade), que era o que havia mais à mão, e foi remédio santo, filha! É preciso muita paciência para aturar a velha, tu nem calculas! Imagina que o meu Horácio, às vezes, fica de tal modo transtornado ao ponto de pensar em largá-la nas urgências do Hospital de São José! Tu já viste como ela nos transtorna?!
É por estas e outras que o meu Horácio se passa dos carretos, sai de casa e está temporadas sem pôr cá os pés! Depois mete-se em alhadas e isso deixa-me muito ralada porque não são exemplos que se dêem a uma criança!
Bem, vou terminar por aqui, prima, desculpa lá! Tenho de acabar de fritar o resto das pataniscas e rissóis. Estou a vender salgados para fora porque o meu Horácio só dá despesas e demais chatices e, a somar a tudo isso, já não tem direito ao RSI. Mais a mais, a cabra da minha filha só sai do chilindró lá para meados do ano que vem. Como vês, tenho de me fazer à vida! Para ajudar à festa, a crise continua. Aliás, prima, a crise nunca acabou!
Recebe um beijo desta tua prima que te estima e s'assina,
 
Felismina

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A PRIMA FELISMINA

por João Castro e Brito, em 14.12.14

a prima felismina 1.jpg

Minha querida prima Honorina, espero que estejas bem de saúde, na companha dos teus, que a gente cá vai indo menos mal, graças a Deus.
Há tempos que não te escrevo e quero pedir-te muitas desculpas; e juro-te pela alminha da avó Felisbela que não são esfarrapadas. Coitadinha, já está como há-de ir, sabes tu bem!
Por outro lado não é por mal; eu gosto muito de ti, mas é raro apanhar um tempinho pra pôr a escrita em dia e olha, aproveito agora que estamos quase no Natal pra te dar notícias da gente.
Este ano fartámo-nos de matutar acerca do destino das nossas férias. Como o carcanhol já nem deu pra ir até às Berlengas, decidimos, então, seguir aquele velho conselho da televisão de ir passar férias cá dentro e ficámo-nos pela Buraca. E viva o velho! Também, com a pensão de miséria que recebemos, imagina, n'é? Depois, mesmo que a gente saísse de cá, havia a chatice da língua. Nem eu, nem o meu Horácio pescamos uma palavra de estrangeiro. E é uma pena porque nunca visitei o estrangeiro, a não ser aquela vez em que fomos à Ilha de Tavira.
Às vezes, dão umas coisas na televisão sobre as belezas de Portugal e eu fico encantada. Não desfazendo da Buraca que, aqui nas redondezas, modéstia à parte, não tem nada que se lhe compare. Nem mesmo a Reboleira!
Olha, mudando de assunto: a avó Felisbela passou as passas do Algarve com dores nas costas e o médico de família disse-lhe que precisava de apanhar muito sol e ela, como é muito esperta, lembrou-se do letreiro de néon da leitaria do senhor Hermenerico e não foi de intrigas: passou todas as noites de Verão debaixo do letreiro da "Flor da Buraca", vê lá tu! E não é que melhorou?! Agora diz que lhe doem as pernas, mas, com receio de fazer tratamentos por causa do frio intenso que se tem feito sentir, arranjámos-lhe um calorífero, daqueles de resistência, e ela tem-se sentido muito melhor, apesar das queimaduras de quarto grau.
Mas nem tudo está mal por aqui, priminha, olha, sabes, o meu Horácio esteve a passar um tempinho na Penitenciária. Acho que foi por causa de uns "póses" mais umas pistolas de alarme transformadas e uns canivetezitos que ele tinha para ali, coisas que, pelos vistos, nem eram dele; disse que foi um amigo que lhe pediu para guardar, mas, mesmo assim, veio cá a Judiciária e levou-o. Gostaram tanto dele que o convidaram logo a passar lá seis meses, vê lá tu! Pensando bem, foi uma grande ajuda ao orçamento familiar. Menos uma boca a comer dá muito jeito, embora os morfes continuem a mingar cá por casa.
Olha, prima, são favores que a gente não esquece, sabes? E depois o meu Horácio disse-me que as instalações e o rancho eram muito bons.
Como ele gostou muito de lá estar, até se prontificaram para lhe prolongar a estadia, já viste!
O meu homem é assim a modos bruto que nem uma porta, mas quando quer, sabe ser arrebatador e cativante, benza-o Deus Nosso Senhor!
De maneiras que a porta ficou aberta, como lhe disseram os senhores inspectores e, quem sabe, da próxima vez a gente vá toda junta, vamos ver.
Também não me posso queixar muito porque estive a banhos na casa da dona Hortense do primeiro esquerdo, por via do estupor do nosso esquentador que está sempre avariado. Já me chateia incomodar a vizinha, mas ela está sempre prontinha a ajudar-nos que até parece mal recusar, não achas?
Além disso, aproveitei para viajar muito de autocarro. Fartei-me de ir visitar a minha cunhada Idalina ao Santa Maria, às voltas com uma hepatite. As visitas ficaram-me um bocadinho carotas, mas parecia mal não lhe levar nada; e olha, fiz das tripas coração, sabe Deus com que sacrifício! Levava-lhe umas bolinhas de Berlim e um vinhinho abafado, coisinhas pelas quais ela se pela!
E prontos, prima, tirando isto, cá vamos andando. O meu Horácio evita, ao máximo, comer cá em casa, coitado!
O senhor Isaías já não nos fia mais mercearia, nem o senhor Fernando do talho. A esse pedi umas pelinhas de frango, por caridade, pra fazer uma canjinha e nem o raio das peles me deu, prima, vê tu bem o somítico! Peixe, só lhe sinto o cheiro quando passo pela praça. E é assim; olha, paciência, vai-se para a sopinha do Sidónio, sempre vimos de lá mais aconchegados.
Por hoje é tudo. Tem um santo Natal e recebe muitos beijinhos desta tua prima que te estima e s'assina,
Felismina

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