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EXPORTAR É PRECISO

por João Castro e Brito, em 18.10.20

Angelica e Sarcozinho.jpg

Dizia-se que a crise de 2008, a tal que obrigou à intervenção dos agiotas da troika em Portugal e Grécia, era a culpada do estado a que o Estado tinha chegado nestes países. Desculpas e outras que vamos ouvindo e lendo ao longo gerações porque se não é disto é daquilo ou até de aqueloutro ou, em bom português: se não é do cu é das calças.
Porém, e não pondo de lado a hipótese de existir aqui alguma parcela de fundamento, ainda que diminuta, se excluirmos as crises dos outros, com as quais podemos bem, já cá existia uma há uma porrada de séculos. Ademais, agora, levámos com mais uma que não é somente dos outros, talvez uma das piores de sempre. Isto, não contando com as opiniões dos que acreditam em teorias conspiratórias e outras merdas ou estão convencidos de que isto é inócuo. Não esqueçamos que o Trump chama àquilo o "vírus chinês" e o Bolsonaro, uma "gripezinha". E têm seguidores incondicionais (estúpidos incondicionais, para ser mais preciso)!
Mas, vamos lá saber, na minha modesta opinião e, naturalmente, saber limitadíssimo, como e quando começaram as crises em Portugal e, segundo o meu simples entendimento, qual a melhor forma de as contrariar:
A primeira situação de crise parece ter despontado no inicio da nossa fundação, quando os interesses do governo de Dona Teresa de Leão e os de seu filho Afonso Henriques entraram em colisão e resolveram a coisa à estalada. Situações destas entre uma mãe e um filho não são nada simpáticas e pior, foram um mau presságio para o que viria depois. O resultado é isto, passados quase novecentos anos de história.
Contudo, regressando ao assunto sobre o qual me propus escrever, penso que não se pode continuar a baixar os braços e confiar cegamente no poder Divino. O Senhor nem sempre está virado para aí ou seja: Ele é omnisciente e omnipotente, mas nem sempre é omnipresente. Portanto, não exageremos nas nossas reivindicações; temos de dar uma ajudinha, ser autónomos que diabo! Peço desculpa por misturar o profano com o sagrado, mas aqui até fica bem.
Há novos caminhos a percorrer. Se estiverem cheios de balsas, alguém tem de os desbravar. Afinal onde pára o engenho dos portugueses e o tão afamado espírito do desenrasca (não confundir com "geração rasca", expressão inventada pelo "senhor Silva")?
Por isso, este meu texto é o culminar de uma reflexão muito profunda e muito séria acerca da problemática da crise e penso que um contributo para ajudar a combatê-la. A bem da Nação, evidentemente.
Assim, para vencer a crise, é vital que ataquemos a coisa de frente três vezes sem tirar (há quem a ataque por trás; é tudo uma questão de perspectiva e até de gosto):
 
TEMOS ALGUMA TECNOLOGIA DE PONTA, MAS FALTA-NOS UMA MAIS SOFISTICADA:
Temos as horas de ponta, a ponta de Sagres, a ponta sobre o Tejo, a ponta Vasco da Gama, alguns fins de semana com pontas, a faca de ponta e mola, com ponta, sem ponta, mas, indubitavelmente, falta-nos uma verdadeira tecnologia de ponta e uma tecnologia tão sofisticada não se adquire assim do pai para a mãe. No entanto, não vale a pena pensar que somos impotentes perante a falta de ponta. Com um pequeno esforço, talvez possamos ir a tempo de arranjar alguma ponta, enfim, a suficiente para termos um final feliz. Faz-se o que se pode e a mais não se é obrigado, n'é verdade?
Vamos apontar, então, para uma verdadeira tecnologia de ponta. Não somos melhores nem piores que aqueles que não descortinam a ponta dum corno quando nos apontam o dedo como os maiores esbanjadores de fundos europeus. Um ponta pé no cu e vão para a ponta que os pariu, ociosos!
 
EXPORTAR É PRECISO:
Continuamos, obstinadamente, concentrados nas exportações de vinho do Porto, vinho de mesa, azeite, rolhas de cortiça, calçado, papel higiénico e lencinhos Renova (passe a publicidade), panelas de pressão Silampos (passe a publicidade) e pouco mais.
Temos fortes potencialidades para alargar o âmbito das mesmas a outros sectores da actividade económica, por forma a que, finalmente, possamos equilibrar a nossa balança de pagamentos e reduzir a dívida pública.
Destaco algumas ideias que me parecem pertinentes:
Exportação de chá, tapetes de Arraiolos e gatos para a Pérsia; Casas e rosas para o Butão; Milho para o Peru; Pescada para o Chile; Patos para a Patagónia, Rissóis para os Camarões; Negócios para a China; Cavaco e Maria para o Vaticano; Lâminas para Barbados; Malte para a Malta; Solas para o Ceilão, et cetera.
Se houver vontade política e capacidade empreendedora, é só negociar com os candidatos a importadores das nossas matérias, pois não nos faltam produtos de excelência.
E pronto. Penso que estas sugestões que aqui deixo para tentar minorar a crise devem ser objecto de um estudo muito sério por parte de quem de direito, seja ele administrativo, canónico, civil, comercial, comunitário, fiscal, internacional, penal/criminal, público, de autor e afins.
E, mais uma vez, insisto: protejam-se bem, nomeadamente os velhinhos porque os jovens não querem saber; são uns inconscientes do caralho!
Se a gente bater a caçoleta, da maneira que isto está, vai directamente para a salgadeira sem ter direito a missa de sufrágio, acreditem! Ao que chegámos! Mas não esmoreçam que melhores dias virão se não morrermos antes.

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