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Criei este blogue com a ideia de o rechear com estórias rutilantes, ainda que às vezes embaciadas. Penso que são escritas sagazes e transparentes, embora com reservas e alguma indecência à mistura. No entanto, honestas.
Criança: «É porque sim, prontos!»
Platão: «Porque o seu propósito basilar é alcançar o outro lado da rua de modo natural e socialmente irrepreensível.»
Aristóteles: «Eh pá, eu acho que é da natureza do frango, sei lá! O gajo é assim, q'é que queres?!»
Descartes: «O frango não é tão burro como presumes! O bicho pensa antes de atravessar a rua. Então, claramente e sem equívocos, acha que logo existe, 'tás a ver, mano?»
Rousseau: «O frango tem boa índole, mas é muito permeável ao suborno. Assim, a sociedade leva-o a agir contra os seus princípios e o bicho acaba, facilmente, por atravessar a rua fora da passadeira.»
Freud: «O impulso que leva o frango a atravessar a rua sem olhar para ambos os lados, é um sintoma de insegurança emocional, motivada por algum trauma de infância!»
Darwin: «Ao longo dos tempos, os frangos vêm sendo seleccionados de forma natural. Com efeito, a sua evolução genética fê-los dotados dessa extraordinária capacidade de atravessarem a rua, aptidão exclusiva dos mais fortes, pois dos frangos...perdão, dos fracos não reza a história.»
Einstein: «Se o frango quer atravessar a rua ou se o outro lado da rua parece mover-se em direcção ao frango, estando o frango parado, a persepção do movimento contínuo depende do ponto de vista de quem está num lugar de observação estático... Tudo é relativo como é facilmente dedutível.»
Martin Luther King: «Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos livres, independentemente das cores política e da pele, paixão clubista, credo, orientação sexual, et cetera, podem atravessar a rua sem que sejam questionados sobre os motivos que os demovem a atravessá-la.»
Donald Trump: «Os nossos serviços secretos descobriram que o frango que pretendia atravessar a rua era um mártir da Jihad Islâmica. Por isso tivemos de o eliminar numa "operação cirúrgica" antes que ele atravessasse a rua. Naturalmente houve danos colaterais, mas, hoje em dia, um danozinho colateral, até não fica mal de todo!»
Cavaco Silva: «Olhe, eu não vim aqui para debater esse tipo de problemática. Até porque o momento não é o mais adequado. Eu estou aqui mais a minha Maria, como vê, para inaugurar um lar para a terceira idade a convite da Misericórdia local e do presidente da Junta, e não seria correcto pronunciar-me sobre um tema que requer a máxima reflexão e está fora do contexto como deverá compreender.»
Passos Coelho: «Confesso que o meu governo foi o que mais contribuiu para o aumento dos impostos sobre os frangos no activo e reformados, nomeadamente na taxação sobre o número de posturas de ovos, mas tais medidas impunham-se para não hipotecar o futuro dos pintos!»
Manuel Alegre: «O frango é livre, é lindo, é uma coisa, assim, a modos com penas! Ele atravessou, atravessa e irá, sempre, atravessar a rua, porque o vento cala a desgraça, o vento nada lhe diz!»
Jerónimo de Sousa: «A culpa é das elites dominantes, imperialistas e burguesas que pretendem dominar os frangos, usurpar os seus direitos e aniquilar a sua capacidade de atravessar a rua, na conquista de um mundo socialista melhor e mais justo para todos os frangos trabalhadores! A luta continua, Barreto para a rua!...Quê?...Ah, não é aqui?!...»
Catarina Martins: «Porque é preciso dizer, olhos nos olhos, que só por uma questão racista, xenófoba e homofóbica, se leva o frango ao extremo de atravessar a rua. É preconceituoso pretender-se que o frango atravesse a rua contra a sua vontade. É um atentado contra a liberdade de escolha!»
Zézé Camarinha: «O frango atravessou a rua porque foi ao engate. É um verdadeiro macho latino! Viu uma franguinha boa c'mo milho do outro lado da rua, ainda p'cima camone, e pimba, não perdoou! Deu um créu na gaja!...Eh! eh! eh!... Caganda maluco!»
Lili Caneças: «Olha, vocês julgam que sou idiota, é? É natural que tivesse atravessado a rua só para se juntar aos outros mamíferos!»
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