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COMO VAI A CULTURA, ZÉ?

por João Castro e Brito, em 08.01.21

como vai a cultura, zé.jpg

Bem, pá, na literatura e ensaio, o ano de 2021 talvez nos traga algumas boas surpresas, mas, se calhar, só depois do Verão. Uma delas até pode vir a tornar-se algo bombástica no panorama literário nacional. Segundo alguns estudiosos da obra pessoana, estarão por revelar mais 27 heterónimos de Fernando Pessoa, entre os quais se destacam dois em quirguistanês, um em aimará, outro em azerbaijano e quinze que o poeta não teve tempo de usar em vida.
Os especialistas chegaram a este lindo resultado depois de pesquisas arqueológicas no ano da morte de Ricardo Reis que se presume ter acontecido ao entardecer.
Ao seu excelente trabalho de investigação, deve-se, também, a exumação de três lenços de linho lindamente bordados e em muito bom estado de conservação, dez gramas de rapé, ainda consumível, duas peúgas desirmanadas, uma delas muito puída, conservando o cheiro das pústulas do "pé de atleta" de que o poeta padecia e, por último, um papel amarelecido pelo tempo, com um rabisco de duas estrofes do poema Fragmentação do "Eu".
Há quem especule que doeu muito, pois podem ter sido escritas em cima do joelho, num momento de negação da própria identidade, associado a dores no menisco.
Outros julgam tratar-se de um poema da autoria de Martinho da Arcada, rabiscadas num instante de exaltação do ego de Álvaro de Campos, entre uma bica e um bagaço, embora tal suposição careça de confirmação do Instituto de Estudos Sobre o Modernismo (IESM), nomeadamente, sobre o conhecimento da existência deste verdadeiro achado na obra édita do poeta, a qual, a meu ver, seria inédita, por muito contraditório que isto possa parecer.
Há ainda quem pense que foi a inspiração de Alberto Caeiro, numa das raras ocasiões de excitação espiritual, quase alucinante, e que hoje parece constituir uma raridade literária.
E pronto, pá, desculpa lá, mas por hoje é tudo porque me está a dar o sono. Porém, antes de terminar, deixa-me dizer-te mais uma coisa: é que até posso estar muito enganado, mas, salvo raras e desonrosas excepções, e a fazer jus a esta pequena abordagem, a nossa cultura parece rejubilar de saúde...
Em próximo artigo divagarei sobre outras áreas culturais não menos relevantes. É só teres um bocadinho de paciência. Boa noite e um abraço.

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