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BALANÇA DE PAGAMENTOS

por João Castro e Brito, em 24.07.23

balança de pagamentos.jpg

O termo é utilizado quando os avozinhos e as avozinhas vão com os netinhos e netinhas ao parque infantil, os sentam nos baloiços e lhes dão pequenos empurrões até os pequeninos e as pequeninas caírem no chão, enjoados de tanto balançarem pra lá e pra cá. A relação entre este fenómeno e a economia é, ainda, de contornos nublados, sobretudo em dias de nevoeiro.
Economistas de nomeada, entre os quais destaco Fernando Medina e Mário Centeno, comungam a tese de que, quanto mais os avós baloiçam os netos, mais as crianças se enjoam e menos jantam. Trata-se de uma vulgar relação inversa entre o financiamento e a interpolação fiduciária, altamente correlacionada com a quantidade de gordura que os meninos e as meninas comem ao almoço. Esta teoria, indubitavelmente de grande interesse público, é de difícil aferição, sabendo-se que Fernando Medina e Mário Centeno não têm netos.
Porém, nada disto respeita a balança, anunciada em epígrafe, quebra-cabeças do ministro das Finanças, Medina. Já para não referir os constantes alertas do Presidente do Banco de Portugal sobre a má utilização dos bom nome e imagem de marca do banco dos portugueses, algo despropositado neste contexto. Mas se examinarmos minuciosamente o que escrevi até aqui, nada se encaixa, n'é verdade? Aliás, pelo andar da carruagem, isto vai descarrilar.
Mas, como dizia, esta teoria pretende confrontar créditos e débitos de diversas rubricas para lhes fixar semelhanças ou relações. Já para não mencionar as ralações que isso dá. Perceberam? Bom, se querem que vos diga, eu, muito menos, mas, continuando que se faz tarde.
Como não pesco nada de economia e muito menos de finanças, não posso expor aqui, em gráfico, a balança de pagamentos para o ano decorrente e seguinte, um ano que se adivinha muito tramado pra todos os tesos militantes. Contudo, vou tentar explicar a coisa da melhor maneira que sei para que todos entendam (inclusive, eu).
Então, é assim: quase toda a gente questiona, e com boa lógica: afinal, como é que esta balança pesa? A questão é candente, mas a resposta é fácil e corrente (passe a redundância, mas é só pra rimar com candente): pesa como as outras e passo a desenvolver o meu raciocínio com uma receita simples: botam-se num prato da balança dois galos de Barcelos bem nutridos e ainda vivos, besuntam-se com molho de manteiga Taveirola (passe a publicidade), panam-se bem com areia da praia-mar, fazem-se-lhes festinhas nas cristas e diz-se-lhes para aguentarem mais um bocadinho.
No outro prato colocam-se trouxas da Malveira, embrulhadas em preservativos (não confundir com camisinhas) e atadinhas com fita de nastro. Polvilha-se o chão com cabeças de alfinetes para abrilhantar, chamam-se os trouxas da Malveira, pergunta-se-lhes se a flutuação da cortiça é maior do que a inflação do euro e dá-se-lhes papas e bolos. Observa-se, então, o fiel da balança e chamam-se os bebedores de Canecas sem cedilha. Bebem-se uns copos de vinho da Azueira, comem-se as trouxas e os trouxas et voilà: a balança de pagamentos torna-se positiva, a crise vai-se embora e os galos param de espernear (?). Então, uma enorme acalmia atinge toda a economia, todas as finanças e todas as taxas de juros, juro!

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