À semelhança das pessoas responsáveis pela política doméstica, entretidas com os habituais casos e casinhos, tão característicos da nossa pequenez, cá vamos andando, com a cabeça entre as orelhas, isolados na nossa "ilha".
Assistimos, com apatia, à luta desesperada de um país para defender a sua matriz cultural e a sua soberania e, por conseguinte, os limites do seu território.
Assistimos, do mesmo modo, ao genocídio de um povo, como resposta a um ataque ignominioso de um grupo de bandidos que se diz representá-lo.
Porém, a reacção do estado – objecto desse ataque – tem sido desproporcionada e brutal, parecendo que o seu propósito é o extermínio desse povo.
São acontecimentos muito distantes e, por isso, longe da nossa zona de conforto. Nem quem nos governa demonstra mais determinação em juntar-se aos que estão contra o que parece ser uma forma de estabelecer uma nova (des)ordem mundial.
É a nossa eterna idiossincrasia, "não nos comprometam". Os "valentes guerreiros que nos deram, livre, esta nação", agitam-se na poeira da memória esbatida...
No entanto, por muito paradoxal que possa parecer, relativamente ao pensar dos seus cidadãos e consequente acção ou reacção, Portugal tem cumprido, de alguma forma, os seus compromissos internacionais em nome de outros interesses. Todavia, são interesses que também afectam a sua independência e o seu estatuto como nação entre as nações.
Os tempos actuais já não se compadecem com nacionalismos serôdios. Mas continuamos com aquela atitude mental – egocêntrica – do "orgulhosamente sós"...