Tratavam-se de assacanices puras e duras (actos de assacar culpas a pessoas inocentes).
Com efeito imediato, desmentia tudo, categoricamente. Isto é: desmentia com muita veemência e sem rodeios que a minha escrita tivesse (e tenha) conteúdos de carácter dissoluto. Quando muito, sem acordo ortográfico, vá lá!
Insistia, dentro do possível, que aquilo que escrevia (e escrevo) não continha (nem contém) referências que desrespeitem as normas morais vigentes. Pelo menos, até que as mesmas fossem (ou forem) revistas.
Mas, adiante:
Não era raro receber comentários, alguns que me abstenho de reproduzir aqui, por respeito pelas normas de boa educação e sã convivência, de gente que pretendia fazer-me a cama ou dizia que não ia à missa, tampouco ao futebol comigo ou, simplesmente, jurava que fazia e acontecia.
É claro que tive e tenho sempre o bom senso de bloquear "pessoas" desta índole porque não sabemos com quem lidamos e prefiro partir da premissa de que há sempre um homicida latente em cada indivíduo que nos ameaça de morte. Portanto, mesmo que seja uma ameaça vaga, nunca fiando!
Bem vistas as coisas, isto é como tudo, n'é verdade? Pelo menos é o que diz o outro!
Lembram-se – as pessoas mais velhinhas – daquele célebre anúncio ao sabonete Lux, usado por nove em cada dez estrelas? Pois é; por muito despropositado que possa parecer, anda tudo ligado e o seguro morreu de velho.
Ao invés do amigo Sérgio Godinho, prefiro, antes, a sorte que tal morte.
Vê-se e lê-se tanta bizarria na internet, que mais vale prevenir do que remediar.
Ao contrário desta gente reles e inepta, com intuitos assassinos, que só serve para me desassossegar, também há outra que nem se dá ao trabalho intelectivo de me ler. Vistas as coisas, tenho de dar a mão à palmatória porque também acho que é muito intelecto junto e sempre ouvi dizer que o que é de mais é moléstia!
Onde é que eu ia, pá?... Agora tive uma branca e devo dizer que não é a primeira vez que isto me acontece. Sobretudo se vos confessar que ando a tomar, há uma porrada de tempo, comprimidos para a demência. A propósito: cheguei à conclusão de que ando a embutir placebos, pois estou cada vez mais esquecido das coisas e, por vezes, pergunto-me para que servem. Não sei se constitui exemplo de inocuidade do medicamento, mas, ainda há tempos, enfiei uma cueca na cabeça, pensando tratar-se de um gorro. Se pensam que Isto é para rir, não acho piada nenhuma e já começo a duvidar da minha sanidade mental. Mais a mais estes comprimidos são caríssimos, pois não têm comparticipação. Bem, lá nisso, dou razão ao SNS, dado que o país está cheio de gente desvairada e – parece-me – o número de casos de loucura aumentou com o estupor do Covid.
Prioridade das prioridades é arranjar uma "bácina pra matar o bicho" – parafraseando um amigo que já não vejo há uma porrada de tempo. Todavia, não era a vacina contra o vírus a que ele se referia, mas antes uma contra a alienação colectiva...
Prosseguindo o encadeamento lógico do meu pensamento, o que pretendo transmitir, antes que a minha memória se esfume, é que é preciso ter muita calminha porque não sou bem assim como me pintam! Por outro lado, devo acrescentar que a escrita, para mim, é puro gozo; mesmo que o associem a um gozo explícito e, naturalmente, muito indecoroso.
O problema de muita gente é que não consegue ler nas entrelinhas por falta de visão. Afinal, limito-me a estender-me e a rebolar o meu lindo corpinho em cima da magra questão do ser ou não ser concupiscente. Ser concupiscente, também é bom, no meio de tanta candura a cheirar a água benta. A propósito de água benta, e a pensar em quem presume que sabe tudo, sem provas e sem consequências, cada um toma a que quer.
Se algum dos meus leitores (quiçá, libertino ou libertina) tem o hábito voyeurista de ler as minhas estórias (sei que é uma escrita às vezes longa e complexa e, por isso, de difícil compreensão), iludido ou iludida pelo despautério ou delusória sugestão do meu discurso, pode dar por perdido o seu tempo. Efectivamente, tudo se trata, nas minhas estórias, de respeitar as regras de conduta nas relações sociais, embora não pareça.
E pronto, meus queridos leitores e leitoras (poucos, contáveis pelos cinco dedos de uma mão, mas excelentes), achei por bem dever-vos esta singela explicação, não vão outros espalhar aos quatro ventos que sou um contador de estórias indecentes. Nada mais falso e, assim, vós estais aqui para me defenderdes!
Bem hajam!