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Criei este blogue com a ideia de o rechear com estórias rutilantes, ainda que às vezes embaciadas. Penso que são escritas sagazes e transparentes, embora com reservas e alguma indecência à mistura. No entanto, honestas.
Em 2012, o Relvas, à altura, Ministro dos Assuntos Parlamentares, à altura, "doutor", afirmava, à margem de um congresso do PSD, que o desemprego era o que lhe tirava e ao seu governo, o sono.
«Estão sempre nas nossas preocupações e não andamos para aí a arranjar desculpas esfarrapadas! Mandamo-los, isso sim, saírem da sua zona de conforto e emigrarem, o que é assaz diferente!»
«Se há conjuntura que não nos deixa dormir, são os números preocupantes do desemprego!» - teria dito o Relvas, aliás, "doutor" Relvas, aliás, S.Exa., o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Relvas, aos jornalistas à entrada para outro congresso "laranja".
Confrontado com as críticas do PS ao "atrevimento" de tal declaração, o Relvas teria dito e repetido acerca do, então, líder do maior partido da oposição:
«Eh pá, desculpem lá, mas sobre um gajo bestialmente inseguro, mantenho tudo o que disse e repito, sem lhe retirar ou acrescentar uma vírgula!»
Ora, para uma pessoa com o gabarito intelectual do Relvas, manter as vírgulas todas sem acrescentar mais, era um feito que nem o nosso Prémio Nobel da literatura ousara realizar. E no mesmo tom girigote:
«Ele afirmou que o doutor Pedro Passos Coelho revelou ser o primeiro-ministro mais insensível que Portugal teve até hoje e eu contrapus, omitindo propositadamente o Marquês de Pombal para não ferir susceptibilidades - nestas coisas tenho de dar a mão à palmatória - , dizendo que não era bem assim porque antes do PPC houve outros, também muito insensíveis, como o "inginheiro Sócras", ao inventar aquele programa fatela, chamado "e-escolas e e-escolinhas", só para lixar os putos reguilas das escolas. Como se não bastasse, espetou-lhes com computadores portáteis Magalhães nas mãos, mais a mais de qualidade duvidosa - na minha opinião - , dado que não dispunham de acesso livre a sites pornográficos que, como toda a gente sabe, é do que os miúdos mais gostam. Ou ainda como o tangas do meu amigo Zé Manel que fugiu para Bruxelas a repetir, exaltado, que Portugal estava de tanga. Estava de tanga, o caraças! Os "tugas" aguentaram ou não? Ai, não que não aguentaram! Mesmo com a redução brutal dos seus vencimentos e pensões! Vejam lá até que ponto chega o patriotismo desta gente! Tudo para não "hipotecar o futuro do país"...
«Razão tinha o meu amigo Fernando Ulrich quando disse a um jornalista sueco, por outras palavras, que os portugueses tinham uma resistência admirável!
Houve ainda o doutor "Loló", outro amigo do peito desde que reinávamos à carica, mas um grande totó, que teve uma governação efémera porque o Presidente "Cenoura" tinha inveja dele. Só porque o "Loló" gostava de copos e gajas boas. Até se contava que tinha gasto uma fortuna, enquanto, ministro da cultura, com uma artista brasileira das telenovelas, imaginem!| Enfim, bocas!
Contudo, quem foi, neste caso, mais insensível? Portanto, não lhes distingo nenhuma divergência em relação ao meu estimado amigo PPC. Contra factos não há argumentos!» - terá dito, em conclusão, o "doutor" Relvas.
É claro que as hostes rosáceas teriam pintado o caneco, por via dos "problemas insanáveis que tinham sobrado para os portugueses, coitadinhos" - segundo um deputado do PS emocionalmente perturbado e a espumar de raiva, só porque estava na oposição.
Em conclusão, toda aquela circunstância dramática era vivida com muita intensidade e revolta da oposição, com os seus cus pesados, sentados confortavelmente nas cadeiras do hemiciclo de São Bento.
Lá vão remudando de lugar, graças à ordem "democrática" da alternância: saem uns cus, entram outros e há ainda os "vitalícios". Só muda a posição do contraste.
Porém, continua a sentir-se muita indignação na oposição com o rumo disto porque se a oposição fosse governo, a sua gestão seria muito competente e todos seríamos mais felizes.
Se não fosse assim, para que é que servia a oposição, vá, digam lá?! Ademais, esse é o verdadeiro espírito da coisa ou seja: se isto não mudou em novecentos anos de história, não podemos almejar uma mudança radical! Esperem lá mais novecentos anos, "faxavor"! E depois que o Relvas foi licenciado, até fico mais esperançado.
Na minha modesta opinião continuo a pensar que o culpado disto tudo foi o sacana do Dom Afonso Henriques; vão por mim!
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