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NÃO TÊM ONDE CAIR MORTOS

por João Castro e Brito, em 29.09.14

não ter onde cair morto.jpeg

"A notícia de que a família Espirito Santo não tinha um único bem em seu nome elucidou-me sobre o tipo de sociedade em que vivemos, aonde chegámos.
Juristas meus amigos garantiram-me que é perfeitamente legal um cidadão, ou cidadã, ou uma família não ter qualquer bem em nome próprio.
Nunca tinha colocado a questão da ausência de bens no quadro da legalidade, mas no da necessidade. Acreditava que pessoas caídas na situação de sem-abrigo, refugiados, minorias étnicas não enquadradas como algumas comunidades ciganas podiam não ter nada em seu nome, mas até já ouvira falar no direito a todos os cidadãos possuírem uma conta bancária, um registo de bens, nem que fosse para prever uma melhoria de situação no futuro. Considerava um acto de reconhecimento da cidadania ter em seu nome o que pelo esforço, ou por herança era seu. Chama-se a isso “património”, que tem a mesma origem de pai e de pátria, aquilo que recebemos dos nossos antecessores e que faz parte dos bens que constituem a entidade onde existimos.
Estes conceitos não valem para os Espirito Santo, para estes agora desmascarados e para os da sua extracção que continuam a não ter bens em seu nome, mas têm o nome em tantos bens, em paredes inteiras, em tectos de edifícios, em frontarias, em supermercados, em rótulos de bebidas.
O caso da ausência de bens dos Espírito Santo trouxe à evidência o que o senso comum nos diz dos ricos e poderosos: vivem sobre a desgraça alheia. Até lhe espremem a miséria absoluta de nada possuírem. Exploram-na. No caso, aproveitam a evidência de que quem nada possui com nada poder contribuir para a sociedade para, tudo tendo, se eximirem a participar no esforço comum dos concidadãos. Tudo dentro da legalidade e da chulice, em bom português.
Imagino com facilidade um dos seus advogados e corifeus, um Proença de Carvalho, por exemplo, a bramar contra a injustiça, contra o atentado às liberdades fundamentais dos pobres a nada terem, à violência socializante e colectivista que seria obrigar alguém a declarar bens que utiliza para habitar, para se movimentar por terra, mar e ar, para viver, em suma. Diria: todos somos iguais perante a lei, todos podemos não ter nada, o nada ter é um direito fundamental. Para ter, é preciso querer, e os Espirito Santo não querem ter, querem o direito de usar sem pagar. O mesmo direito do invasor, do predador.
A legalidade do não registo de bens em nome próprio para se eximir ao pagamento de impostos e fugir às responsabilidades perante a justiça é um exemplo da perversidade do sistema judicial e da sua natureza classista. Esta norma legal destina-se a proteger ricos e poderosos. Quem a fez e a mantem sabe a quem serve. Os Espirito Santo não são gente, são empresas, são registos de conservatória, são sociedades anónimas, são offshores com fato e gravata que recebem rendas e dividendos, que pagam almoços e jantares. Não são cidadãos. As cuecas de Ricardo Espirito Santo não são dele, são de uma SA com sede no Panamá, ou no Luxemburgo. A lingerie da madame Espirito Santo é propriedade de um fundo de investimento de Singapura, presumo porque não sou o contabilista.
Mas a ausência de bens registados pelos Espirito Santos em seu nome diz também sobre a sua personalidade e o seu carácter. A opção de se eximirem a compartilhar com os restantes portugueses os custos de aqui habitar levanta interrogações delicadas: Serão portugueses? Terão alguma raiz na História comum do povo que aqui vive? Merecem algum respeito e protecção deste Estado que nós sustentamos e que alguns até defenderam e defendem com a vida?
Ao declararem que nada possuem, os Espirito Santo assumem que não têm, além de vergonha, onde cair mortos!
O ridículo a que os Espirito Santo se sujeitam com a declaração de nada a declarar com que passam as fronteiras e alfândegas faz deles uns tipos que não têm onde cair mortos, uns párias.
A declaração de “nada a declarar” em meu nome, nem da minha esposa, filhinhos e restante família dos Espirito Santo, os Donos Disto Tudo, também nos elucida a propósito do pindérico capitalismo nacional: Os Donos Disto Tudo não têm onde cair mortos! O capitalismo em Portugal não tem onde cair morto!
Resta ir perguntar pelas declarações de bens dos Amorins, o mais rico dos donos disto, do senhor do Pingo Doce, do engenheiro Belmiro, dos senhores Mellos da antiga Cuf, dos senhores Violas, dos Motas da Engil e do senhor José Guilherme da Amadora para nos certificarmos se o capitalismo nacional se resume a uma colecção de sem abrigo que não têm onde cair mortos! É que, se assim for, os capitalistas portugueses, não só fazem o que é costume: explorar os pobres portugueses, como os envergonham.
Os ricos, antigamente, mandavam construir jazigos que pareciam basílicas para terem onde cair depois de mortos – basta dar uma volta pelos cemitérios das cidades e vilas. Os ricos de hoje alugam um talhão ao ano em nome de uma sociedade anónima! Os Espirito Santo, nem têm um jazigo de família!
Eu, perante a evidência da miséria, se fosse ao senhor presidente da República, num intervalo da hibernação em Belém, declarava o território nacional como uma zona de refúgio de sem-abrigo, uma vala comum e acrescentava a legenda na bandeira Nacional: “Ditosa Pátria que tais filhos tem sem nada!”
 
Carlos de Matos Gomes, Capitão de Abril e escritor

Como romancista assina com o pseudónimo: Carlos Vale Ferraz

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PORTUGAL NA LIGA ÁFRICA E AS SANÇÕES À RÚSSIA

por João Castro e Brito, em 22.09.14

antónio vitorino de almeida.jpg

- Portugal parece estar de saída, embora, por enquanto, não haja confirmação oficial de tal moto próprio. Ao contrário do que se possa pensar, será uma decisão espontânea que não tem nada a ver com pressões políticas vindas das couvinhas de Bruxelas.
Depois da última visita do primeiro ministro à Alemanha para explicar as razões dos sucessivos chumbos do Tribunal Constitucional a várias medidas e normas do Orçamento do Estado, aprovadas pela maioria e não obstante a compreensão manifestada pela senhora Merkel pelos problemas do nosso país, estará para breve – pensa-se – a saída de Portugal da Zona Euro e das respectivas ligas e taças europeias, transitando para a Zona África e, por inerência, para a liga África como membro de pleno direito. Porém, longe de ser um constrangimento, como atrás referi, poderá ser uma opção inédita de soberania de um estado membro. Pensa-se, até, que a decisão de Portugal poderá servir de mote a saídas discretas de outros países, tais como a Espanha, a Grécia e quiçá, a Itália, pela porta do cavalo.
«Há muito que devia estar lá, pois, estando ainda a mil anos-luz dos nossos padrões de vida elevados, tem qualidades suficientes para poder pertencer, com orgulho, à liga África.» – terá afirmado um deputado do Parlamento Europeu, um nórdico imberbe cheio de pústulas na cara e um queixinhas compulsivo.
 
- Nos corredores diplomáticos comenta-se muito a dureza das sanções impostas pelo governo português à Rússia.
Uma fonte próxima do Kremlin Palace Hotel chegou a afirmar: «Com as outras era canja, mas com estas não sei se nos iremos aguentar durante muito tempo só com caldinhos de arroz ...»
De entre os que defendem enérgica e patrioticamente estes actos executórios, conta-se a presença do conhecido compositor e maestro António Vitorino de Almeida que tem tocado ininterruptamente uma marcha fúnebre, ao piano, em frente à embaixada da Rússia, vai para três meses e um dia e já só toca com os dedos dos pés por via de uma tendinite aguda nos membros superiores. Como consequência da persistente e resoluta manifestação do Maestro, já se contam 12 neuroses depressivas, 6 tentativas de suicídio, cinco das quais com resultados de sucesso e um traumatismo ucraniano.
No entretanto, o governo não cede um palmo e ameaça intensificar as acções sancionatórias, passando a realizar o concurso "O preço certo", todos os dias, mesmo à porta da embaixada.
Vladimir Putin já tinha telefonado ao seu homólogo português na tentativa de o convencer a dissuadir o primeiro ministro de não avançar com mais medidas. Intentos que, segundo o entendimento do presidente russo, em nada beneficiariam o clima de boas relações existente, até àquela data, entre os dois países.
Como medida de retaliação, contra-ameaçou com o bloqueio total às nossas exportações de rolhas de cortiça, muito utilizadas na produção local de álcool etílico, nomeadamente na rolhadura de garrafas de vinho a foice e martelo e outros produtos vinícolas isentos de uvas – passe a contradição – , o que vem a dar ao mesmo.
Prometo que voltarei a ambos os temas, assim que sejam conhecidos mais desenvolvimentos. Obrigado e bem hajam!

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MARIA

por João Castro e Brito, em 06.09.14

maria.jpg

Determinar a origem clara do nome, seria tarefa inglória e morosa para alguém que nada sabe sobre a simbologia do sagrado e religioso e fastidioso para quem ainda tem pachorra (ou tempo) para ler as minhas publicações.
Porém, para os e as "pacientes" que me lêem, aqui vai uma sinopse: após aturada e não menos apurada pesquisa na Wikipédia, lá descobri qualquer coisinha.
Descobri que o nome pode ter surgido a partir do "hebraico Myriam" que significa "senhora soberana ou vidente", mas é incerto ou, se calhar, improvável.
Todavia, por ser um nome bastante comum e até anterior a Cristo, pode ter derivado do "sânscrito Maryáh" que significa, literalmente, a "Pureza, a Virtude e a Virgindade".
Outra tese sustenta que o nome "Maryam" terá surgido a partir das expressões "assírias Yamo e Mariro"​, as quais se transcrevem como sendo "Mar azedo ou Acre no idioma aramaico assírio".
Pelo que consegui "aclarar" – convém não desdenhar das coisas interessantes que se podem pesquisar na net – e na escassa produção bibliográfica que possuo sobre o assunto, não cheguei a qualquer conclusão...
Certo é que, na tradição judaico-cristã, está associado ao culto mariano e é um nome que, como todos os católicos sabem, é dedicado com muito fervor à "Virgem Maria, Mãe de Jesus".
Depois deste "extenso" proémio, a Mãe sobre a qual escrevo, não sendo Maria, como a "Virgem", nem por isso foi menos Santa.
Dizer de tudo o que representou para os seus filhos e netos não cabia nestas linhas singelas. A sua presença, a paz de espírito, a paciência que tinha para todos, a bondade e o amor que emanavam de si eram infindos. E o seu cheiro era bálsamo...como era bom o seu cheiro!
Era uma Mulher que pensava muito com os seus botões; sobretudo na melhor forma de gerir o frágil orçamento familiar. E como era entendida no assunto! Tivéssemos uma ministra ou ministro das finanças com o seu sentido de poupança e não precisaríamos de ter uma dívida pública, actual, de quase 300 mil milhões de euros!
Foi uma mulher que passou anos a fio a trabalhar para a família, sem mas nem ais; sempre com a mesma rotina; sempre a primeira a começar e sempre a última a acabar; e sempre com o mesmo desvelo.
O "chefe de família" era o primeiro a ser servido e com honras de suserano! Aliás, era sempre o primeiro em tudo o que resultasse em benefício próprio...
Ao invés, Ela era sempre a última a servir-se. Era sempre a última em todas as circunstâncias e se mais circunstâncias houvesse...
Cuidava diligentemente de tudo e de todos e geria com parcimónia o parco vencimento que entrava em casa, proveniente da única fonte de rendimento: o trabalho do marido.
Lamentos, só os dos ossos com o avançar da idade.
Contudo, sobrava-lhe tempo para amar o marido, os filhos e mais tarde os netos, com total entrega e um sorriso sempre doce que a todos enlevava.
Ela fora sempre assim, com aquela expressão de quem estava de boas relações com o mundo, apesar dos escolhos da vida.
Era casada, claro, mas daquelas mulheres casadas à moda antiga; subserviente às vontades e caprichos do esposo e, se calhar, pouco amadas ou talvez amadas de uma maneira assaz egoísta...
Porém, eram tantos o apego, a bondade e a ternura que brotavam dela que, só agora, passados tantos anos, alguém se continua a dar conta do seu amor incondicional e da falta que lhe fazem o seu colo, os seus beijos e os seus doces afagos! Ela que não era Maria, nem Virgem, mas era Santa!

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OS TRÊS PORQUINHOS E O LOBO MAU

por João Castro e Brito, em 02.09.14

Era uma vez (once upon a time, para inglês ver) dois porquinhos que estavam a brincar alegremente no bosque (Também sei que falta um porquinho nesta narração, mas isto é apenas o começo, ok?) quando, detrás de um arbusto, surgiu o lobo mau: um lobo, por sinal, muito ranhoso (ovelha ranhosa não soava bem neste contexto).
Como você certamente sabe, o lobo é uma daquelas personagens que só servem para estragar as estórias, mas, pronto, é indispensável, pois está em inúmeras fábulas folclóricas, inclusive nas de Esopo e, claro, nas histórias dos Irmãos Grimm, como não podia deixar de estar. Mas, isto, foi um aparte, adiante:
Logo, o malvado deu início à clássica perseguição, sem rodeios.
Um dos porquinhos, mais lesto que o outro, conseguiu trocar as voltas ao lobo e correu o mais que as suas patinhas curtas lhe permitiram, apressando-se a erguer uma cabana de colmo. Porém, era tarefa hercúlea de mais para um porquinho que até parecia da Índia e, por conseguinte, foi devorado pelo carnívoro em menos de um farelo. Todavia, o segundo porquinho, apesar de ser mais lento que o primeiro, aproveitou-se do tempo despendido pela fera na perseguição, captura e ingestão do primeiro. Assim, conseguiu terminar um abrigo de barro...
Permita que abra aqui outro breve parêntese para lhe explicar, muito resumidamente, o seguinte:
Demora sempre um bocadinho a tragar um marrancho, mesmo sendo um bácoro, como deve calcular. Seja do pé para a mão ou da mão para o pé – há quem goste muito do chispe do pé, mas também há quem goste mais do da mão – , é preciso preparar o suídeo e, enfim, tem regras que não vale a pena explicar aqui, senão isto deixa de ser resumido. Poderei voltar ao assunto, exclusivamente, a seu pedido se assim quiser.
Mas, como dizia, o segundo porquinho ainda teve tempo para terminar o abrigo de barro, mas debalde (pensa-se que, se fosse de balde de cimento, poderia ter tido melhor sorte).
O lobo, ainda não saciado, desfez aquilo com um simples, mas eficaz, sopro e papou o pobre enquanto o diabo esfrega um olho (não se sabendo qual, mas também não é relevante).
Regalado e saindo dali de papo farto, o lobo mau regressava ao seu domínio no bosque quando lhe veio à memória que faltava um porquinho. Nitidamente chateado, pois ia preparado para dormir uma merecida sesta – segundo a sua interpretação – , deu meia volta e volveu a caminho da casa dos porquinhos, dado que era muito respeitador da tradição e, por conseguinte, não queria desvirtuar a estória.
Chegado ao lugar e após ter ladeado a casa de chamas, matando o último ocupante por inalação de fumo, é que se lembrou de que não tinha fome e que, aparentemente, aquela morte podia ter sido evitada ou, pelo menos, adiada até melhor altura (leia-se até o porquinho engordar mais um bocadinho).
O que é que ele ia fazer com tanta carne entremeada e tanta tripa? É banal dizer-se que a necessidade aguça o engenho e, neste caso, aguçou-lhe a necessidade de dar alguma utilidade ao excedente.
Sem mais delongas, desmanchou o bicho, atou as partes e pô-las ao fumeiro. Foi desta descoberta empírica que se inventaram os enchidos (o famoso presunto de Chaves, que não é um enchido – não precisa de me corrigir – só foi descoberto, séculos mais tarde), embora a afirmação careça de confirmação científica como é óbvio.
Nota de autor:
"Olá fui eu que criei o único original infantil desta estória embora tivesse manuscrito – por encomenda – uma versão pornográfica para cinema de outro conto cujas personagens principais são o lobo mau, o capuchinho vermelho e naturalmente a avozinha. Essa variante não sei se sabe foi protagonizada pelo malogrado actor de Hollywood John Holmes.
A talhe de foice permita-me dizer-lhe que JH interpretou magistralmente a personagem do lobo mau quase sem se levantar da cama da avozinha.
Contudo nem sabe a alegria que senti ao ler esta versão. Chorei baba e ranho imagine! Permita-me apenas uma ligeira crítica construtiva: Como já deve ter lido os meus contos reparou certamente que não exagero nas vírgulas. Não leve a mal! Continue assim que ainda vamos ter outro prémio Nobel da literatura. Todavia atenção ao excesso de vírgulas na sua escrita ok?"
Com os melhores cumprimentos subscrevo-me com elevada estima e consideração
Almerinda Desvirgulada da Silva
Vila Nova da Barquinha
 
Direito de resposta do autor desta estória:
Definitivamente, abomino filmes pornográficos... bom, abro uma pequena excepção ao período áureo do hardcore alemão do início do século XX: pura poesia carnal a preto e branco. E acompanhados ao piano pelo Maestro António Melo... meu Deus que saudades!
Mas, sem pretender desviar-me do assunto, o que é mais condenável é a sua subtração abusiva a contos para crianças. Vergonha, é o mínimo que posso exclamar com toda a veemência!
Também nunca li a versão original de Os Três Porquinhos e o Lobo Mau, não espero lê-la nos próximos tempos e tenho raiva de quem escreve esse tipo de literatura pseudo-infantil que só serve para criar cismas nas crianças! Vade retro!

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